Sobre as estatísticas da vida.

Bem que a nossa vida poderia ser cheio de estatísticas. Seria tão mais fácil. Você conhece uma pessoa bacana e com alguns clicks imaginários, ali está: 60% sincero, 40% romântico, 80% galinha, 59% inteligente, 78% esperto, 35% bom dançarino e 65% compatível. Você procura uma pessoa bacana pra dividir um apê. Pronto, facilidade. 99% bagunceira, 89% irresponsável e 57% não confiável. Pronto, tá fora. Quer um empregado novo? Vamos lá. Cursou 34% das aulas, 45% confiável, 30% pró-ativo e 60% preguiçoso. Foooooora! Acordou, foi pro metrô, olhou pra porta: 97% cheio. Passo esse, hein.

Prestar vestibular? Facilidade! Primeiro, que curso? Medicina? 30% de compatibilidade, 70% futuro promissor, 90% dificuldade. Nutrição? Melhor não comentar! Hahaha... Chances em faculdades? Usp 60%, Unifesp 89%, Unesp  73%. Alternativa correta da prova? 75% alternativa C! Huuuuuuuuuum, pensando bem. Não daria tão certo não!

Seria, na verdade, tudo muito chato. Conhecer alguém e já saber que não vai dar certo logo de início. Não ter a oportunidade de conhecer as várias personalidades das pessoas e perder até a liberdade de escolher aquela que você mais gosta. Ter a porcentagem do quanto você é uma ‘qualidade’ ou ‘defeito’ e deixar isso visível para os outros. Não poder escolher o que cada pessoa pode conhecer. Seria tudo mais difícil de mudar depois do julgamento dos desconhecidos. Não ter a chance de explicar aquela rebeldia que você tem de vez em quando, mas que tem uma razão, um motivo. As pessoas tendem a aceitar muita coisa. E não se esforçam para entende-las e nem mudá-las.

Não ter a chance de conhecer os detalhes que só você percebeu. Essa seria  o pior de todos. Todo mundo saber que quando você mente, dá aquela piscadinha estranha, ou que quando você vai dançar, gosta muito mais de dançar descalço, no seu quarto que na balada, ou que não gosta de filmes de terror, e se emociona com finais felizes, ou até que você nunca chora. Os detalhes, que cada um tem que lutar pra conhecer por si só. Seria tão chato perde-los nas estatísticas.

Deixe essa idéia de lado. Deixa a vida como tá! Deixa aparecer só as estatísticas do bem! As anônimas, as de saúde e as das suas visitas no seu blog, que foi o que motivou-me a postar hoje!
Beijos, de uma pessoa hoje, 85% feliz, de punho 60% recuperado ;) !

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