No restaurante...

Era um dia de sol, aproximados 35ºC. Já era quase o almoço. Tic. Tac. Tic. Tac. Tic. Tac. Tic.

Meio dia. E lá vou eu novamente em direção ao restaurante central. Me sirvo muito bem de todos os alimentos, cumprimento os funcionários do local, e me sento em uma mesa, próximo a janela, de maneira que a luz do sol, mesmo um pouco encoberta pelas folhas das árvores do lado de fora, ainda bate sob nossa roupa, aquecendo levemente aquele momento. Um dia agradável, daquele clima que você pensa: podia ser sempre assim! Um dia perfeito.

Agradeço, e enquanto me delicio com a refeição de cada dia, percebo que sou observada. Por um momento, penso ser um exagero de preocupação e continuo a refeição, mas os olhares persistem. Fico tensa, mas continuo a me alimentar, olhando de canto de olho pra lá e pra cá de tempos e tempos.

Não era só a mim que observava, mas grande parte do restaurante tinha a mesma sensação. E pior ainda, me parecia não ser uma pessoa. Me parecia não ser humano. Não era humano. Definitivamente. Mais uma garfada a dentro e quando olho novamente não o encontro. Leve desespero.

Um gole de água a mais e sinto que ele me cerca. E em segundos, levo o golpe. Me ataca, de dentro pra fora, aperta meus órgãos internos, expreme, corrói, torce, dói e me mata, do meu dentro pra fora. Suor frio. Febre. Enjôo. Choro. Tontura. Internação. Morte. Vomitei mil palavras de rancor. Entrou no meu ser e me matou pelo dentro, sem saber por quê, pra quê e nem quando. Foi injusto. Nunca é. Mas hoje eu sei, eu já sei!

Descobri que era ela: A tal da Salmonella!


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Por que namoramos?

UAHUAHUAHUAHUAHUAHUA... Eu Ri!

Estranhamente familiar